Meninos eu vi: Onde você estava no 7 a 1?

10/07/2024 | Memória

Fui escalado pelo UOL para assistir Brasil x Alemanha no Alzirão, na Tijuca, um tradicional ponto de reunião de torcedores em época de Copa do Mundo. Quando o placar bateu em 5 a 0, um chefe me ligou de São Paulo e mandou que eu fosse para Teresópolis.

Saí do Alzirão e peguei um táxi até Copacabana, onde estava hospedado. Cidade vazia. Desci do táxi a tempo de ver o gol de Oscar pela TV do boteco em frente ao hotel. Arrumei uma mochila e fui até a locadora de veículos. Quando cheguei lá a partida já tinha terminado. Aluguei um carro e dirigi até Teresópolis.

Já era noite quando cheguei à concentração, na Granja Comary. Estava um frio desgraçado. Perto do portão, um torcedor já havia colado uma faixa com a palavra “Vergonha”. Um outro cartaz dizia que “Nem a VW faz Gol em 5 minutos”. A seleção chegou à 1h50 da madrugada. Havia mais polícia do que torcedor na hora em que o ônibus cruzou o portão. De manhã, os cartazes já haviam sido arrancados. Meu relato, publicado há 10 anos, pode ser lido aqui. A foto é minha.

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E no dia seguinte, assisti Carlos Alberto Parreira ler a carta de Dona Lucia, na verdade um e-mail que uma suposta torcedora enviou à CBF após a goleada, com palavras de apoio à seleção. Foi um momento surreal. Observei que Parreira estava “esbanjando um otimismo que, para muitos, soou como alheamento da realidade“.

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Passei 40 dias no Rio de Janeiro, enviado pelo UOL Esporte, para acompanhar a Copa do Mundo. Foram sete partidas no Maracanã e muitos momentos – cômicos, curiosos, bizarros ou dramáticos – que presenciei. Um resumo da Copa que eu vi pode ser lido aqui.